quinta-feira, 27 de agosto de 2009

parque temático


para bruno e eduardo






não consigo me zangar


rio logo em seguida
rio
logo em seguida cai no mar

rimos logo em seguida
arrumamos um bom marujo
nós e quem quiser apontar

e quem souber apontar

lápis são poucos pra tantas histórias
vou agradecendo
acenando da proa
amanhã estaremos onde tudo permanece


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

o vento de agosto sopra minhas feridas

tudo seca no varal

sem fingimento

eu quero é aprender de verdade

sete rotações

trazem à cidade

a sopa do espaço

lá no céu, Marte é Marte

e nenhum hoax o atinge

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

estou à espera
de alguém que não vai chegar
porque não existe

Memórias desenterradas do quintal




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No Centro Histórico de São Luís, uma casa com quintal. Sua mais nova dona, Marília de Laroche, passa a dedicar horas do seu dia para a revitalização desse espaço e a cada momento ela descobre um caco do passado: pedaços de loucas e azulejos das mais variadas épocas, do colonial ao contemporâneo. Quando me deparei com a caixa repleta deles, senti-me emocionada. Eu via ali a história de todos que um dia tiveram aqueles objetos em suas vidas, pessoas de muitas gerações que se foram, mas deixaram resquícios de sua existência.


As composições fotográficas aqui expostas – feitas no chão desta casa - são uma forma de valorizar cada uma dessas memórias, um apelo para desenterrar um rico patrimônio, cada dia mais sufocado. Desenterrar para deixar respirar o que ainda vive por guardar em si o fôlego dos que já passaram por ele. No meio, o homem encontrado quebrado, pois ainda precisa redescobrir o que fazia parte de si.




sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Oração




Semana que vem


Dia que vem


Segundo que vem


Traga-me o infinito pausado


Dinâmica dos olhos que desgrudam


E vêem o Sol


Brilhando intacto na nuca de quem se ama



sábado, 8 de agosto de 2009

baiacu

Peixe listrado

pego-te com medo que tu guardas

para inflar a vontade de –mar,

a coragem traz a recompensa na hora certa.

Se me for permitido tocar a alma

da água sedimentada

viro carne.