sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

minha idade
a idade
de um carro velho
de muitas vidas ou nem a metade
de uma
de muitos sonhos que se foram
acreditando no futuro
uno
unimo-nos outra vez
é assim esse sumo
que alimenta a matéria que se move
e por se mover
agradeço a ela
às labaredas que nos queimam
e por isso purificam
às madrepérolas e perles
e às conchas surdas
que as engravidam
e ao mar, que gere tudo isso
e que um dia, também
era tudo o que tivemos
um dia, não tivemos membranas
por isso, mesmo desprotegida
não temo

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

o formigueiro

dentro do epiderme da terra
túneis são para seguir
sem espera
o que me apetece é
muita coisa que se foi
mas mais ainda
as pegadas não pisadas

a preparação age
e urge nos ponteiros
nossa pequenez
do solo surge
carregando folhas e grãos

aqueles retratos da sala
dizem adeus
sem pedir perdão

e eu vou
carregando minhas vontades
em forma da prudência

sábado, 19 de dezembro de 2009

para atemporal para Balthus





Me escolhe, por favor

pra ser sua menina, anjo, quadro

sua fama

sentada na cadeira

ou na cama

tanto faz,

se eu for

sua menina

sina

sua transição

minha

sua declaração

prum jornal da época



Conde, deixa eu ser, por favor

sua célula de vontade

sua pétala antes de murchar

me escolhe, sem eu pedir

mais uma vez


por favor

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Libélula- Animal de Poder

* clique na foto para vê-la maior
A libélula ensina derrotar a ilusão e atingir a verdadeira essência.

domingo, 13 de dezembro de 2009


Cheiro de alfazema

meu corpo pressionado pelos reinados

e você me diz:

A Sabedoria é a flor que Salomão traz do mistério da Terra



"Segue sempre o teu destino
E deixa quem quiser falar" (Mestre Irineu no hino Salomão)




a verdade
por nada é destruída
imutável, ela segue
em vida
e pede
paciência dos que não sabem

ela fala
por cantos de pardais
que se banham na areia

quem sabe, não aponta
constata,
analisa,
e só afronta
o que é necessário:
a mentira

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


esperar
ativa-
mente

surges
como a luz sutil
do vaga-lume
a força do Sol em uma pequenez

tão sutil é a certeza
da nossa solidez
que surgiu da profecia
que nos criou enquanto um

sete anos da lacuna
das luzes dadas
por nossas mães

***

fomos por percursos diferentes
para chegar no mesmo ponto

qual ônibus pegar agora,

amor?
calado
esperando a resposta

falada
não por bocas
mas por ouvidos

seletos
filtros dos sonhos

sábado, 5 de dezembro de 2009

São Luís é uma
enorme Maré
complexo desespero

4 de dezembro- Eparrei!


de cada amante

recebi um poder

sopros divinos
no mato
árvores são pontos de referência

Árvore Grande
Biblioteca Nacional
ser sábio
é ser verdadeiro
condizer
dizer com
verdade

lição do índio

comer a carne mais próxima
pois é a do nosso irmão
que nos protege
temo se minhas atitudes
estão alinhadas
a minha consciência

a ciência
de quem racionaliza
sentindo

como
as teias de aranha
que envelhecem nas plantas

elas já partiram terra adentro
mas deixaram suas casas
mesmo que frágeis
de portas abertas
refletindo a cor
do que está ao redor

***

reflito a luz
reflito na luz
reflexo de luz

uma pulga do jeito que é pequena dominar a bravura de um leão

estar certo ou errado
não deve ser interpretação
nem consenso

iludimo-nos com tantas bobagens
miragens nos
destinos

nem clarão
nem escuridão
vemos melhor quando sentimos.


equilíbrio

para Keila

a criança ancestral nasceu
mãe de muitos
mas não de todos

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

acordo com a boca seca
a alma pede água
e cada você, que me daria o copo
ou que estenderia a mão
para eu te servir?

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

serenidade

são as gotinhas que caem

lágrimas, suor, orvalho

a nuvem líquida que a onda faz

teu espirro em mim

e tua “desculpa”

sereno

cai do céu parindo um arco-íris

ou dourando as ruas de noite

com a luz amarela dos postes

teu sorrido dourado

dentro de um quartzo

huis clos

rutilado

minha estrela de lodo

*Clique na foto para vê-la maior
Chego em casa
tudo ainda está no mesmo lugar.

As plantas parecem ter crescido um pouco
ou morrido um pouco.

Os objetos suspensos encaram
minha cara de susto
pois tudo estava aqui
esperando o que sempre volta...

Em volta
os organismos pequenos
tomam meu espaço
blindado.

Sua proteção chega no raio que entra
no sopro de tarde
arrebata o que eu penso
e me faz dormir
e sonhar...

domingo, 29 de novembro de 2009

São Jorge

* clique na foto para vê-la maior


terça-feira, 17 de novembro de 2009

enamorado
a água celestial
ferramentas de ogum

sábado, 14 de novembro de 2009

o acalanto do pássaro

o acalanto do pássaro
lavou minha alma em lágrimas
a doçura do seu bico
na minha cabeça
seu canto dizendo
pra eu não ligar pra tanta mediocridade

poucos acreditam
porque acreditar exige um fiel amor

mas você é meu guardião
mesmo voando longe


seu canto vem de kilômetros
pra me fazer sorrir
ou chorar

porque você existe e pode me socorrer

(pode contar comigo, também, pai, Pai)

sábado, 7 de novembro de 2009

quero ter a verdade
do universo imutável

e nela ter a firmeza
da rocha
que hoje vemos por aí


e nós,

vamos escrever umas páginas
de nós?

terça-feira, 3 de novembro de 2009

liberação

o dia está tão bonito lá fora
minhas penas secam ao Sol
sem vôos, só cisco

a gente é tão pequeno lá fora
toda a imensidão me libera
nenhum risco,

aprender a perder
e ganhar o que já me pertence


eu
e tudo lá fora

assim aqui dentro faz sentido

domingo, 1 de novembro de 2009

São Jorge em uma rural
acompanhou nossa chegada

Meu Pai São João Batista é Xangô
e o que há
é uma pedreira
no fundo da casa

A esquina é de Dona Mariana

E Tutankhamon é na verdade o intelecto


###

de São Luís


erudição não é sabedoria
e idade está longe de ser ancestralidade

domingo, 25 de outubro de 2009

Animais de poder

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o fato de alguns terem chegado antes
não legitima antiguidade

às vezes ancestralidade é a criança
ou o que está por vir

de onde viemos o caminho está dado
nas escolhas dos percursos

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Jesus, come back to earth!!!

E que em teu coração
não tenha nenhuma coroa de espinhos
somente tua auréola divina
subtendida

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

em frente a tantas ameaças
havia esquecido
da que vinha de mim mesmo

sábado, 17 de outubro de 2009

porque vemos o fim
e temos dificuldade de perceber o meio


tenho medo do poder que me foi dado

como dizia a bruxa
é preciso coragem para ser feliz

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quem quer punir
por não aceitar o riso alheio
acaba por chorar
amargura não é armadura
não protege
só enrijece
impedindo de correr
pesa
impedindo de voar

terça-feira, 13 de outubro de 2009

profético



bem, estava dizendo

o homem e o cão na rua

quem salva e

quem guia


?


não quero mais estar com quem estaria

meu tempo é o presente

e meu modo é o ausente

do pretérito pesado


!

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

duas-dança-rua-cão

o homem que não se confia
pode dar a guarnição
mas quem disse que é ele?

quem guarda é o cão

vemos as luzes
a cobra tirana rende-se

trago a mensagem do lado de lá

quanto mais rente ao chão
mais fácil de se arrastar

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

* clique na foto para vê-la maior

Imagens de Canindé, a terra de São Francisco no sertão cearense



uma estrela que brilha
projetou-se na minha testa
como um terceiro olho

sentindo
seremos capazes de um dia compreender
tempo e espaço
e neles
nossas escolhas


já feitas
por nossos antepassados
futuras
por nossa matéria que se propaga
infinitamente
estamos evoluindo

sexta-feira, 2 de outubro de 2009





ninguém que segure meu braço à toa
que eu golpeio com uma punga
e um olhar

porque eu só saio da roda
quando São Benedito vier me chamar

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

meu amor

você levou

nos suspiros da noite

de madrugada, o sol clareia

espanta os vampiros

mata-os com açoites

meu raio, anda pelas ruas

eu volto pra cama

com seu beijo no pescoço

terça-feira, 22 de setembro de 2009

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

coringa

teu sorriso de bumerangue
voa
e volta pro meu

domingo, 13 de setembro de 2009

fruit de la passion

As frutas da paixão orbitam sobre nossas cabeças.O vento nos eleva na brisa que vem cheirosa de erva. Nós, microcosmo que vem de muito tempo, estamos invariavelmente unidos no instante que sentimos.

sábado, 12 de setembro de 2009

Toada

Venha para Terra, meu Deus
eu vou te pedir de novo
abra o caminho de todos
e dê sabedoria ao povo
que eu também sou pecador
enxergo, mas não resolvo


___

Essa é de um boizinho de zabumba do Ribamar, entre tantas outras, puras narrativas de vida!

"É difícil caracterizar inequivocamente o curso das coisas (...) É determinado pela história sagrada ou pela história natural? Só se sabe que, enquanto tal, o curso das coisas escapa a qualquer categoria verdadeiramente histórico. Já se foi a época, diz Leskov, em que o homem podia sentir-se em harmonia com a natureza. O narrador mantém sua fidelidade a essa época, e seu olhar não se desvia do relógio diante do qual desfila a procissão das criaturas, na qual a morte tem seu lugar, ou à frente do cortejo, ou como retardatária miserável” (Walter Benjamin, em O Narrador)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

travessura




travessia

meu peixe
é o caminho
que ele percorre

-sorriso monstro
no nado
tudo
nada
na medida certa

desmedida

sábado, 5 de setembro de 2009

arroubo


tudo o que peço
sou atendido
pelo universo
sou engolido


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

quando tudo acabou
ainda via a luz difusa por aí
marcando por um tempo
tua presença

agora
a noite deve vir
para dormirmos tranquilos
no clarão de outro afago

terça-feira, 1 de setembro de 2009

colibri


sambaqui

vendo a cidade do outro lado
tenho certeza
que a hora chega na hora certa

presentes a vida nos dá
se se tem olho aberto

vestígios
em cima do azulejo secular
prestígio
da pipa vindo do mar
vindo de algum lugar
ou das mãos de uma sereia




*


(Estamos merecendo tanto
e entendo o porquê
Orei ouá!)


___

Essa é para Leyd, Eduardo, Bruno e Denise, agradeço a existência de todos vocês que me fazem aprender. Agradeço ao universo por estar vivendo e poder encontrar suas lindas almas!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

parque temático


para bruno e eduardo






não consigo me zangar


rio logo em seguida
rio
logo em seguida cai no mar

rimos logo em seguida
arrumamos um bom marujo
nós e quem quiser apontar

e quem souber apontar

lápis são poucos pra tantas histórias
vou agradecendo
acenando da proa
amanhã estaremos onde tudo permanece


quarta-feira, 26 de agosto de 2009

o vento de agosto sopra minhas feridas

tudo seca no varal

sem fingimento

eu quero é aprender de verdade

sete rotações

trazem à cidade

a sopa do espaço

lá no céu, Marte é Marte

e nenhum hoax o atinge

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

estou à espera
de alguém que não vai chegar
porque não existe

Memórias desenterradas do quintal




clique pra ver maior






No Centro Histórico de São Luís, uma casa com quintal. Sua mais nova dona, Marília de Laroche, passa a dedicar horas do seu dia para a revitalização desse espaço e a cada momento ela descobre um caco do passado: pedaços de loucas e azulejos das mais variadas épocas, do colonial ao contemporâneo. Quando me deparei com a caixa repleta deles, senti-me emocionada. Eu via ali a história de todos que um dia tiveram aqueles objetos em suas vidas, pessoas de muitas gerações que se foram, mas deixaram resquícios de sua existência.


As composições fotográficas aqui expostas – feitas no chão desta casa - são uma forma de valorizar cada uma dessas memórias, um apelo para desenterrar um rico patrimônio, cada dia mais sufocado. Desenterrar para deixar respirar o que ainda vive por guardar em si o fôlego dos que já passaram por ele. No meio, o homem encontrado quebrado, pois ainda precisa redescobrir o que fazia parte de si.




sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Oração




Semana que vem


Dia que vem


Segundo que vem


Traga-me o infinito pausado


Dinâmica dos olhos que desgrudam


E vêem o Sol


Brilhando intacto na nuca de quem se ama



sábado, 8 de agosto de 2009

baiacu

Peixe listrado

pego-te com medo que tu guardas

para inflar a vontade de –mar,

a coragem traz a recompensa na hora certa.

Se me for permitido tocar a alma

da água sedimentada

viro carne.

quarta-feira, 29 de julho de 2009



Cócegas fazem ao descer a pele que antes não ria. A gravidade anseia um tombo, algo que tanto afunda quanto ressuscita. Pode ter certeza que eu só darei o que estiver dentro de mim, mas saiba que os meus anseios são tombos no infinito.

Eu quero apenas o que me é de direito.


domingo, 26 de julho de 2009

para Claudiana

o teu corpo leve de sonhos

tudo é leveza

na guerra que tu travas

cada vez que me olhas

***

nunca ficarás velha

pois o tempo é teu filho

que dorme acalentado nos teus braços

domingo, 19 de julho de 2009

grama

na humildade
os pés descalços caminham
massageiam a terra
a grama deixa ser tocada
na intensidade da vontade de quem pisa

quinta-feira, 16 de julho de 2009

sabedoria em toda casa tem

acredita quem quiser

no que vê ou sente

e por acreditar tanto

alguns não crêem

outros não sentem

quem de tanta superioridade

se fez bobo

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Parabéns ao querido Urias Oliveira, que ontem fez 50 anos da melhor forma possível!


o seu corpo
é palco de mil almas

calmaria de um lago
repleto de peixes

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Oh Lua!




clique nas fotos para vê-las maiores.

quarta-feira, 1 de julho de 2009


Quando o vazio é grande

uns botam nele um tabuleiro de damas

outros andam pelo fio, rolam pela grama.

Eu lavo os cabelos com xampu de camomila

no more tears.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Última prosa de junho

Na crescente de junho corto os cabelos. Vejo pessoas se jogando para provar alguma coisa que está longe delas. Entendo as pessoas, me entendo, de longe, olhando tudo e sendo olhado. Vários desencontros. Chovia pontas dos meus cabelos, uma chuva levemente dourada. É a metade do ano que passou. Meus cabelos estão longos e eu, longamente cortado, para crescer.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Retratos de São Pedro


Acordar


Recém acordada, desço com o sol subindo pro largo de São Pedro. A primeira coisa que vejo, infelizmente, foi um corpo estirado no chão da Africanos e uma mulher desesperada do lado; escuto os comentários do motorista da van (filosofia, como diz minha mãe) e rezo calada por aquelas pessoas. Desço e caminho prudentemente para também não ser atropelada, nem assaltada, a câmera obviamente não levaria sozinha.



A igreja


Subo a escadaria do lado de um miolo que se arrasta ajoelhado. Todas as muitas câmeras o fotografavam, era tudo muito fotografável, aliás. Ontem, quando ia para a Praia Grande, vi de longe o padre celebrar missa dentro da capela. Hoje era outro cenário: miolos, senhoras, crianças, cazumbas pediam a benção pro santo que pousava para as fotos dentro do seu barquinho. Os velhos tinham esparadrapos nos dedos de espancar as costas de suas mãos. A “esbórnia” convivendo com o corpus Christi, talvez. Um homem vomitava no poste com o amigo do lado. Vários conhecidos virados e alguns que, como eu, tinham optado por ir só pela manhã.


Café


Encontro com Den e tomo um café com ela. Descemos para subir de novo. Entre dois sotaques, sinto dois ritmos bem diferentes se misturarem em mim: o frenesi da zabumba e a maresia da matraca. Estávamos bem no meio, na interseção. Às vezes me concentrava mais em um, depois mais no outro, mas fui seduzida pelas zabumbas que estavam na frente e resolvi acompanha-las . Não sei que boi era aquele, pouco importava, estava nele dançando e me certificando que a dança une de fato corpo e espírito.


O velho do chapéu


Um velho surge do nada pra me cumprimentar. Põe seu chapéu na minha cabeça. Ele olha pra Denise que fotografava e tiramos uma foto. Ele pede um pouco da minha água, bebe, e prosseguimos na escada que enquanto mais alta, mais estreitos ficavam os degraus e eu dançava bem menor, mais bem maior eu sentia São Pedro, tanto que quando estava quase na bordinha do seu chapéu, a capela, começa a chover.



A chuva


Todo mundo tenta escapar. Como já estava ali, na igreja praticamente, mais uma vez, senti-me protegida pelo mesmo santo que mandava uma aguinha. A igreja agora estava transtornada e eu não desgrudava da percussão, até sair dali e encontrar quase todo mundo encharcado. Encontro uma velha do terreiro da rua que me diz que completa hoje 68 anos. Será que eu chego lá?


Santa Fé


Santa Fé é o nome mesmo pro boi. Depois de muito observá-lo da calçada, percebi que tinha um paredão de chapéis e fui lá ver o que tinha atrás. Dois bois no chão e mais umas cinco mulheres ajoelhadas. A dona do boi rezava serena. Aquilo parecia uma cúpula de tranquilidade no meio da bagunça, senti uma alegria tão forte que chorei, várias pessoas choravam também. Aí surge do nada uma louca que resolve atravessar a rua bem no meio dos dois bois e claro que começou o bate boca. “Ninguém respeita mais nada!”. Ela nem sabia o que estava acontecendo e respondeu bêbada “Ah, vocês tão tirando foto, né?”. O boi chegou fazendo carinho em mim e eu fiz nele, mas quem eu vejo? Roseana e o pai no couro dele; mas não tinha como ficar com raiva...


Casas e castelos


Na procissão de cazumba tinha tudo, até castelo na cabeça de maranhense. Fiquei pensando como aquilo faz parte do imaginário deles... As casas das cabeças estavam enfeitadas com CD's. Quais músicas estariam ali?


O Mar


O Mar estava lindo hoje, os barquinhos enfeitados, pena que não deu de acompanhar a procissão marítma. Mas é aquela coisa mesmo: navegar é preciso, viver não é preciso.


terça-feira, 23 de junho de 2009


Seu menino,

como podes ser um menino?

Tu que és o fogo que braseia

espocando a madeira

na hora do foguete.


Até teria pena de ti

se não soubesse da tua muralha


menino


não sei se tu és

se de brincadeira,

podes aniquilar o injusto.


Susto


e assim tu me pegas no colo


e fica acariciando minha lã...

domingo, 21 de junho de 2009

tudo foi feito pelo sol


Cynthia Blau me enviou essa poesia que publico aqui:

VIVA OS QUE NÃO SÃO

Em estradas surpreendentes

Como estrelas teleguiadas

Em caminhos monótonos

Calçadas aguadas

campos que de tão verdes são sozinhos

Em um espaço sem saber

O desespero dos que percebem

O que ninguém vê.

Dos que sentem

O que alguém crê

Um pouco cientista

Sem saber

E assim as coisas correm

Param

E são quantos mundos

Desse lado que sabemos?

Oh vida amiga

De parceiros soltos

De uma solidão junto com o mundo

De uma alegria por ser assim

Pessoa que acredita

Nos que não são

E são tantos

Que vivem esperando

No meio da confusão

um menino me viu desnorteada

e só com uma flôr

Acalmou

Conselho,

cobro de você um olhar no horizonte:

Pinte de urucum;

escorregue na favela;

capine o jardim;

caia da construção; seja um que não é,

viva os que não são

sábado, 20 de junho de 2009


Todos os sentimentos são beliscos.




Peraltice,


quer


se apoderar do mundo que


quer.




Sabe-se lá o que se espera


um bolero, de repente...

segunda-feira, 15 de junho de 2009




quero o amor que faça tranças
na mesa da cozinha
a carta aberta
o peito certo

um amor que derreta a estética plástica
e exale perfume

da rosa, a sabedoria

nenhum vazio,
lacunas são corredores para nós

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Frutos de ouro
corríamos brigando
queimávamos fogueiras
com nossos cabelos louros.

Estou hoje com frutos no peito
esperando o tesouro
uma goiaba ou talvez
um besouro,

Amo o instante que vivo
amando os passos
passados
e futuros

estouro.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

´Demostrações de Fé Cotidiana






Imagens em menos de 24h.



Alguma coisa deve tá por aí, plumando no ar, ou dormindo dentro da terra.

Certamente esta coisa existe mesmo que ninguém explique direito, porque o segredo tá escondido na cabeça de cada um.

A sabedoria é a serpente.


Como o divino esmaga sua cabeça?
.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Transformar

Todo o universo toma a forma de uma coruja
Que voa atrás da sua caça

A cobra

Nenhum veneno atinge a alma
Se a alma não deixar