sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

nascemos todos
sem memória

aprendemos todos
diferentemente

por nossos tempos
e espaços

enquanto a natureza permanece
eu passo

parte dela

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

zumbido
intermitente
ruas acesas 24h
por dias acesos
por isso tantos zumbis
sôfregos repousos
passeando por aí
cabeças de fósforos
divertindo-se
antes de morrerem outra vez
para que estou aqui
as buzinas parecem não cansar
quantos doentes podem haver
e será que eu, calmo lobo
posso não estar são
e salvo, aqui
a selva implode seu ruído
estamos cercados de iniciativas
e o meu ainda está
dentro de cada colméia

vejo papagaios nas ruas
dos mais diversos tipos e cores
um dia, quiçá...
devo retribuir
todos os presentes que me ofertaste


agora estás deitada no sofá
ou nina outra criança


mas o que importa
é que seu amor é etér

pétalas que se embalam ao redor do cosmo
teu colo
não cede mais leite mas
as respostas

grata
pela tua medida

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

bambu

flexível
potência
não perderei

tão distante quanto o Japão
medieval

alongo-me
e pego a fruta de ouro
que caiu no chão

e brota na minha terra
no rio
pepitas e pedregulhos

tremo em folhas
eu
o bambu

a virada

junco
o som desce pelas pedras
poucos grãos faltam
para acabar o ano

toda água desce
permanecendo

anos

me perco
para me achar
em breve
no ano

novo

ano